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domingo, março 24, 2013

Empreendedor na Oficina

“Vim em busca de um sonho, tive um pesadelo”.
02/03/2013 - Hemerson Pinto


Esse foi o pensamento do jovem empreendedor que, após a morte do pai, deixou a terra natal e veio para Imperatriz com a intenção de arrumar dinheiro e mandar para a mãe. Natural de Santa Luzia do Paruá-MA, Francisco das Chagas Sousa Alencar ficou decepcionado após trabalhar três meses sem receber um centavo sequer. “E era serviço pesado, de estivador no Mercadinho, carregando cimento”. 


Quando se passaram os noventa dias e Francisco não viu nem a cor do dinheiro, bateu a tristeza. Como se não bastasse, precisava morar de favor. Foi assim durante algum tempo. O que o destino havia preparado para o rapaz estava exatamente em uma das residências na qual foi recebido como hóspede. 

“O dono era tapeceiro e sapateiro. Comecei a trabalhar ali com ele, e pensava: meu Deus, eu sair da casa da minha mãe para vir trabalhar numa sapataria! Ficava triste com isso, mas foi onde aprendi minha profissão. Era a oportunidade que havia cruzado meu caminho e não estava enxergando”.

Quando se deu conta, não perdeu mais tempo. Mexia daqui, em outro material ali, e começava a aprender os segredos de um bom sapateiro. Um dia, sem pensar que uma bíblia encapada com um pedaço de napa faria tanta diferença, Francisco reformou seu próprio livro sagrado. Quando saiu dias depois para cortar o cabelo, levou a bíblia para mostrar ao cabeleireiro. A aprovação foi imediata. “Ele achou bonito e pediu para que fizesse o mesmo com a dele”. 

A partir daí, estava esclarecido: Francisco ainda faria sucesso com as bíblias encapadas. Começou a receber mais encomendas. Pensou mais alto e começou a frequentar as festas realizadas pelas igrejas evangélicas em Imperatriz. Religioso desde os 16 anos, Francisco ganhou a simpatia do público religioso e, durante algum tempo, carregou a barraquinha de um lado para o outro, anunciando o mais novo serviço: reforma de bíblias.

Com um amigo e ex-cunhado, que morreu em acidente no ano passado, Francisco dividiu a sociedade da Casa da Bíblia. “Ele ganhava na venda da bíblia e eu na reforma”. Hoje, ele reforma, no próprio negócio, bíblias, bolsas, calçados, capacetes e uma variedade em produtos. É casado e aguarda a chegada do primeiro filho. “Deus é bom, de dentro de uma sapataria ele me deu uma profissão, e eu menosprezava”.

Francisco também foi aprovado em um concurso público no município de Imperatriz. Ele e a esposa são líderes de um movimento de casais na igreja que frequentam. Quanto à oficina: “É uma proposta diferente. Não tem cara de sapataria, não tem aquela bagunça, não existe aquela de que o sapateiro não anotou teu serviço nem teu número. Quando termino o serviço, eu ligo pra pessoa e comunico” e ainda pretende expandir o alcance do trabalho pelas redes sociais. 

Fonte: http://www.jornalcorreiopopular.com 

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