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sábado, janeiro 12, 2013

Coloque um Samurai para gerir a sua empresa!



Os samurais (em japonês “aquele que serve”)  formavam a classe guerreira do Japão feudal (ou bushi). Esta classe tinha um grande status social durante o governo militar conhecido como xogunato. Em 1868, com a restauração meiji eles deixaram de existir como classe, quando o imperador retomou o controle do país.

Os samurais observavam um código de honra não-escrito, conhecido como Bushido (caminho do guerreiro), que prezava a honra, a lealdade e a integridade por toda a vida, e que era baseado em algumas virtudes que podem ser aplicadas até hoje por um bom gestor. Vamos ver cada uma delas:

Os 4 G’s: 

  • Giri (obrigação, dever, justiça), um forte laço que une as pessoas. 
  • Gisei (sacrifício), representa a dedicação ao trabalho, mesmo afastando-se da família temporariamente. 
  • Gaman (tolerância, perseverança, resistência), é aguentar aquilo que pode parecer insuportável. 
  • Gambaru (esforço, persistência), a capacidade de se envolver de forma profunda e determinada, manter-se firme e forte. Características obrigatórias de um bom gestor.

Ken(visão) e Kan (conhecimento): Através de uma visão de futuro, clara e significativa, a pessoa pode vislumbrar melhor suas possibilidades que, junto com o conhecimento do contexto e dos detalhes ajudam a tomar as decisões mais sábias. Podemos fazer um paralelo com o conhecimento da estratégia da organização e com o conhecimento do ambiente interno e externo.


Kaizen: (melhoria contínua): um samurai está sempre treinando e buscando a perfeição para ser um guerreiro melhor hoje do que foi ontem. Esse é um conceito amplamente difundido entre os praticantes da qualidade total nas empresas.


Mu (desprendimento): o desapego, que tem raízes na cultura Zen budista, influenciadora do bushido. Prega que os interesses do grupo devem prevalecer, não os do indivíduo. Ter um líder que põe seus interesses próprios acima dos interesses da empresa é determinar o seu fracasso e desagregação.



Caráter: outro princípio herdado da filosofia Zen budista, a ideia de que o trabalho deve ser visto como uma forma de engrandecer o caráter.


  • Mushin (atitude mental): Segundo o código dos samurais “é difícil derrotar os inimigos; é fácil derrotar a si mesmo”. Assim, todo treinamento era focado no autoconhecimento, que gerava a autoconfiança e, por consequência, a segurança na tomada de decisão em momentos de crise e dificuldade. Há muitas referências na cultura oriental a respeito do auto conhecimento. Sun Tzu já havia falado sobre a importância dele em “A arte da guerra”, muito antes de existirem os samurais. Atualmente, o conhecimento das próprias fraquezas e forças é determinante para o sucesso de um gestor.


  • Amae (confiança): O samurai acredita, antes de tudo, que as pessoas, de forma geral são boas e honestas. O pressuposto básico de todo relacionamento humano é a confiança. Compartilhar refeições, trocar presentes, participar de fases da vida são formas de construir o “amae”.



  • Ue (habilidades escondidas): ao contrário do que acontece na cultura ocidental, para os orientais é comum manter-se escondido, mantendo um perfil modesto, restrito, contido e reservado, sem vangloriar-se ou exibir-se deliberadamente, deixando para revelar suas forças e habilidades no momento apropriado e de forma estratégica.


  • Haragei (intuição, ou “pensar com o estõmago”): entre os orientais, a intuição é fundamental aos seus instintos. Era um dos traços de famosos empresários japoneses, como Konosuke Matsushita, Soichiro Honda ou Akio Morita compartilhavam. A observância aos detalhes, a visão holística, o conhecimento tácito e a disciplina constante na educação fazem parte deste preceito.


  • Henman (harmonia): desde as artes marciais, cerimônias, artes, tudo na cultura japonesa baseia-se no equilíbrio e na harmonia. Nos negócios, a paciência é uma virtude que se traduz em longas rodadas de negociação e a busca da compreensão da posição do outro ajuda a encontrar soluções.

E aí, que tal colocar esses preceitos em prática na sua empresa e ser um gestor samurai? Seus colaboradores vão gostar e seus resultados logo aparecerão.
Até a próxima!
Flavio Carvalho

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