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terça-feira, setembro 04, 2012

Imperatriz centro logístico para as industrias do Sul do Maranhão


Aos 160 anos, a cidade de Imperatriz --a segunda maior do Maranhão-- receberá sua primeira grande indústria.
No quarto trimestre de 2013, a Suzano Papel e Celulose inaugura no município uma fábrica que vai praticamente dobrar o seu tamanho.
Eudes de Souza - 16.ago.12/Divulgação
Construção de fábrica de celulose da Suzano na cidade de Imperatriz, no Maranhão
Construção de fábrica de celulose da Suzano na cidade de Imperatriz, no Maranhão, que será inaugurada em 2013
Hoje, a Suzano tem capacidade para produzir 1,9 milhão de toneladas de celulose por ano. A nova unidade, sozinha, fabricará 1,5 milhão.
"É o maior projeto do setor em construção no mundo", diz Ernesto Pousada, diretor de operações da Suzano. A unidade Eldorado, que é erguida pela J&F no Mato Grosso do Sul, tem a mesma capacidade.
Para um projeto gigantesco, cifras elevadas. A Suzano investe R$ 5,8 bilhões em Imperatriz --quase três vezes o PIB do município, de R$ 2 bilhões em 2009, segundo os dados mais recentes do IBGE.
Com a Suzano, a cidade atrai outros investimentos. Pelo menos três multinacionais fornecedoras da companhia se instalarão na cidade.
No ano que vem, a finlandesa Metso, responsável pelo projeto de engenharia, abrirá uma unidade para manutenção e assistência técnica da fábrica de celulose.
A Eka Chemicals, braço da holandesa AkzoNobel, investirá R$ 179 milhões numa unidade de produtos químicos. Também do setor químico, a francesa Air Liquide monta uma unidade de produção de gases em Imperatriz, com aporte de R$ 128 milhões. Metade da produção vai para a Suzano.
Os outros 50% serão vendidos a indústrias de outros setores e à área médica.
"Teremos excedente para atender a demanda do Norte e Nordeste, que estão crescendo muito e são carentes de produtores locais", diz Marcelo Fioranelli, diretor-geral da Air Liquide.
O prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), diz que o empreendimento também movimenta a construção civil e serviços. "Vinte e seis prédios estão em construção na cidade."
Neste mês, um shopping com 180 lojas será inaugurado. Em 2013, sete cursos de ensino superior serão abertos.
CAPACITAÇÃO
Cerca de 600 quilômetros distante da capital São Luís, Imperatriz cresceu lentamente após a construção da rodovia Belém-Brasília, em 1958.
Entre Belém, Brasília, Palmas e São Luís, Imperatriz se desenvolveu como entroncamento comercial. O resultado é uma economia concentrada em serviços, responsável por 75% do PIB.
Sem histórico de atividade industrial, faltou mão de obra especializada para a Suzano.
Para formar profissionais, a empresa patrocina cursos no Senai nas áreas de construção civil, montagem industrial e serviços. Mais de 4.500 pessoas já foram treinadas e, dessas, 3.000 foram contratadas para trabalhar na obra ou por outras empresas da região.
Para a operação, a companhia montou um curso técnico em celulose em parceria com o Instituto Federal do Maranhão. De 226 formandos, 116 estão sendo treinados em outras unidades da Suzano. No final de 2013, estarão aptos a operar sozinhos as máquinas de Imperatriz.

Entre as 23 cidades analisadas pela Suzano para a construção de sua nova fábrica, Imperatriz foi eleita pela facilidade para exportação.
As cargas não rodarão um quilômetro sequer sobre rodas. Todo o transporte será feito por ferrovias até o porto de Itaqui, em São Luís, de onde seguirá para EUA e Europa, destino de metade das exportações da empresa.

"Estamos quatro dias mais próximos desses mercados", diz Ernesto Pousada, diretor de operações da Suzano. Os outros destinos da celulose, como a China e o mercado interno, serão atendidas por outras fábricas da empresa em São Paulo e na Bahia.
Segundo ele, o baixo custo logístico foi o principal motivo para a escolha de Imperatriz. Também pesou o incentivo fiscal. A empresa terá redução de 75% da alíquota de IR por dez anos.
Se para a Suzano a logística de Imperatriz favoreceu --embora ela precise construir um trecho de 28 quilômetros de ferrovias para chegar até a Norte-Sul--, para os moradores de Imperatriz a infraestrutura ainda é precária.
A rodovia Belém-Brasília, que passa no meio da cidade, precisa de duplicação no trecho urbano. "Temos cem mil veículos cadastrados e um adicional de 30 mil veículos de fora que transitam pela cidade todos os dias. É uma cidade média com o trânsito já enlouquecido", diz o prefeito Sebastião Madeira.
"Imagine como será quando a Suzano transportar diariamente 450 carretas articuladas por essa avenida que já está congestionada", afirma.
A prefeitura reivindica a inclusão da duplicação do trecho urbano da rodovia no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Fonte: Jornal folha de São Paulo

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