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terça-feira, novembro 08, 2011

Entrevista do Secretario de Desenvolvimento Econômico a Revista Yes Negócios Segunda Edição

“Nosso objetivo é atrair investimento”

Atrair investimentos de grandes empresas e torna Imperatriz, conhecida no cenário nacional e internacional. Esta é a principal função da Secretaria de Desenvolvimento Econômico que é liderada pelo empresário, Sabino Costa. A Revista Yes Negócios, em sua segunda edição, traz uma entrevista exclusiva com o Secretario. Você vai saber como funciona a Secretaria, como e quais os incentivos para o capital das grandes empresas e conhecer quem é Sabino Costa.

P: Como funciona a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Imperatriz?
SABINO: A Secretaria é focada no atendimento adequado aos investidores. Esta administração entende o papel do investidor no desenvolvimento da cidade. Nós estamos trabalhando no sentido  de proporcionar as melhores condições para aqueles que escolhem Imperatriz para aplicar seus investimentos. Temos que estar antenados com estes agentes e mostrar Imperatriz como cidade pólo.
Procuramos fazer ver aos investidores que, se optarem por Imperatriz, terão todo o apoio que estiver ao alcance do poder público, dentro da legalidade, para que possam aportar aqui seus investimentos. Fazer ver a importância do investidor no processo de desenvolvimento. Mostrar aos investidores que seus investimentos serão bem-vindos aqui.
Desenvolvemos no ano passado uma lei, em que dentro das nossas possibilidades, ofertamos alguns benefícios  aos investidores. Hoje é comum as empresas compararem os custos de instalação, principalmente do ponto de vista da tributação, de uma localidade para a outra. Essa é uma questão tecnicamente avaliada.
Desenvolvemos com outros parceiros de administração, principalmente a Procuradoria e a Secretaria da Fazenda criamos este mecanismo que possibilita aos novos investidores obterem benefícios, principalmente no ISS.

P: Como funciona?
SABINO: Uma grande indústria quando se instala, a Suzano, por exemplo, que é o maior investimento privado do maranhão hoje. Nós ofertamos para este investimento como acabei de falar, a Suzano, uma redução do seu ISS, dos seus prestadores de serviço. O ISS vai afetar o processo de construção da fábrica. Então os prestadores de serviço da Suzano terão uma alíquota diferenciada do ISS, para 2%. Estes são benefícios que ajudam a atrair investidores para a nossa região.
As outras ações são os telecentros, que trabalham com a inclusão digital em parceria com o Governo Federal. A gente procura quem tem o espaço, contratamos os instrutores e sedemos os equipamentos. Assim proporcionamos o primeiro contato das pessoas com o mundo digital.
O programa de microcrédito com o banco do nordeste visa fomentar aos pequenos empreendedores, pessoas que estão na informalidade, acesso ao crédito, Cred Amigo, do branco do nordeste. Enfim, isto fomenta bastante a economia local, estas pessoas mesmo na informalidade podem ter acesso ao crédito e depois se formalizar.

 P: A cidade de Imperatriz já viveu por diversos ciclos desde sua fundação. Já vivemos o ciclo do arroz, o ciclo da Madeira, da borracha e vários momentos de grande desempenho econômico. Como você classifica o atual momento, pelo qual, passa Imperatriz?
SABINO: Temos vivido um momento diferente do resto do estado. Na minha percepção é como se o maranhão estivesse adormecido economicamente é fosse redescoberto, isso pelo volume de investimentos que estão aportando no estado. Em imperatriz, não é diferente porque é uma cidade que tem algumas características que lhe são peculiares, a principal delas é que somos uma cidade pólo.
O que significa ser uma cidade pólo, vivemos não só do mercado local. Imperatriz é uma cidade que tem mais de 250.000 habitantes e atende uma população de mais ou menos, um milhão de habitantes, que vivem no seu entorno, num raio de mais ou menos 150 quilômetros.
Então, essa população utiliza os produtos e os serviços que imperatriz oferece, esta é uma característica muito importante. Se fossem apenas nossos 250.000 habitantes, certamente isso não seria suficiente para dar esta força, este dinamismo que a economia de Imperatriz possui. Ela vem desta característica, ser uma cidade pólo.
Nós temos aqui na área de serviços somos um pólo atacadista, há mais ou menos 20 anos, um setor de atacado muito forte em Imperatriz. São empresas, distribuidoras de produtos que a partir de Imperatriz fazem seus produtos chegarem a um raio de 1.000 a 1.200 km. Ainda na área de serviços, temos um pólo consolidado na área de saúde, com bons médicos, bons hospitais e boas clinicas. Isto faz com que esta população, do entorno de Imperatriz, busque este serviço aqui.
Outro fator importante é a consolidação do pólo de educação, ao invés de um campus da Universidade Federal e um da estadual, temos mais quatro faculdades particulares. Todas juntas trouxeram uma gama de cursos e possibilitaram, não só a população de Imperatriz, mas a população do entorno vir aqui e estudar.
Os ciclos mudam, agora não. Nós estamos num processo de desenvolvimento muito mais forte e estruturado, quando uma indústria do porte da Suzano vem para Imperatriz, isso tem um enorme reflexo econômico, ela não vem para ficar pouco tempo, a estadia aqui a de ser eterna. Então este é um momento e não um ciclo. Eu acho que ele não tem data para acabar.
  
P: A Suzano papel e celulose instalará sua fabrica em Imperatriz gerando milhares de empregos, diretos e indiretos, como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico tem pensado para que a mão-de-obra seja assegurada para o trabalhador local e não para a mão-de-obra externa?
SABINO: Tanto o governo municipal, como o governo estadual quando concedem benefícios exigem as contrapartidas.  Uma das contrapartidas que nós exigimos é que seja utilizado o maior contingente de mão-de-obra local. Tanto é verdade que já esta em andamento, junto ao IFMA e em parceria com Suzano, o curso para técnico de papel em celulose. Os alunos estudam em tempo integral e recebem uma bolsa por isso. O processo de escolha dos alunos foi um seletivo, é claro, ma o curso é aqui em Imperatriz, visa treinar e prepara técnicos locais, para que possam amanhã trabalhar na operação da fábrica.
Na fase de construção, no pico que será em 2012, deverão ser gerados em torno de 7.000 empregos diretos. Na fase de operação da fábrica, entre empregos diretos e indiretos, serão entorno de 1.000 funcionários. Além disso, a Suzano criou o Programa Capacitar, em parceira com empresas de Imperatriz. Este programa visa capacitar a mão-de-obra que será utilizada na construção fábrica.
Sobre a qualificação a Secretaria e a prefeitura buscam sempre qualificar nossa mão-de-obra.  Nós temos convênio com o Ministério do Trabalho e Emprego, buscando recursos, o problema é que você tem uma grande mão-de-obra, mas infelizmente é desqualificada.

P: Como tem sido o planejamento para combater o desemprego?
SABINO: O desemprego a gente combate, também com investimento. O melhor investimento, a melhor forma de combater o desemprego é procurar atrair os investidores. É isso que a administração tem feito diuturnamente, ligada, fazendo sempre uma prospecção. O exemplo concreto é a instalação da Suzano. Desde que foi eleito, o prefeito Madeira, procurou trazer os grandes investimentos para Imperatriz. Nós sempre procuramos mostrar os atrativos de Imperatriz, para os investidores.

P: Que outras ações a prefeitura e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico tem feito para atrair novos investimento e empresas para Imperatriz?
SABINO: Criamos no aspecto legal uma legislação (Lei Complementar Nº 003/2010) que traz alguns benefícios que outras cidades no Brasil trazem, então procuramos nos colocar em igualdade de condições. Se a empresa analisar Imperatriz, ela vai analisar a logística, a mão-de-obra, os custos e uma série de fatores para ver a viabilidade.
Dentre os fatores observados estão os benefícios fiscais. Se no estado há benefícios fiscais e neste município, tem algum beneficio. Então, é por isso que criamos no âmbito da Secretaria e do município um programa, uma lei de incentivo econômico para a cidade de Imperatriz. Este é um fator muito importante, para que o investidor entenda, que estamos dispostos a fazer o que for possível para que eles sediem aqui seus investimentos.

P: Imperatriz tem passado por grandes transformações nos últimos anos, por que além de ser uma cidade com grande influência comercial, também tem sido alvo de grandes investimentos na área da construção civil. Como o governo municipal esta se preparando para a recepção destes investimentos, como a cidade tem sido planejada, como tem sido as ações para a recepção destes investimentos?
SABINO: Todo o corpo da prefeitura tem essa preocupação. Primeiro não porque estão acontecendo todos estes investimentos na construção civil, na minha visão, primeiro porque nos tínhamos uma demanda reprimida. Imperatriz passou mais de uma década sem ser construído basicamente nada de volumoso, do ponto de vista da habitação, em qualquer área. Depois de mais ou menos uma década começou o processo de verticalização.
A construção de edifícios é uma tendência de todas as grandes e médias cidades. Eu acho que o programa habitacional do governo, face a estabilidade econômica possibilitou as pessoas vislumbrarem trocar o aluguel por um imóvel seu. Este ano entre casas e apartamentos fechados na planta, temos quase 3.000 apartamentos para serem entregues. As condições favoráveis de financiamento e a demanda reprimida são na minha visão os dois fatores responsáveis pelo grande aumento da construção civil em Imperatriz.

P: Nos últimos anos grandes empresas de setor atacadista se instalaram em Imperatriz, a que se deve este fenômeno?
SABINO: Isto se deve a força do nosso comércio, nos últimos anos tivemos no Brasil o aumento da renda da população, principalmente da população que tinha uma renda menor. Com  renda maior, esta faixa da população, procurou suprir a sua maior e principal necessidade que é a alimentação, isso faz crescer o setor.
Existem hoje as empresas do chamado atacarejo, vendem tanto no atacado quanto no varejo. Estes investimentos se devem ao potencial de Imperatriz, as empresas  vem, fazem pesquisa e vêem que há mercado consumidor para seus produtos e então instalam suas empresas. Tanto isso é fato que todos os dias há anúncios de novas lojas deste setor. Quando vamos às lojas observamos sempre os caixas lotados.
Então isso é reflexo do aumento da  renda dessa  população, antes de baixa renda e ao fato de sermos uma cidade pólo, ou seja, diversas pessoas do entorno de vem a Imperatriz para fazer outras coisas e acabam consumido os produtos dos supermercados.

P: As médias e pequenas empresas são responsáveis por grande participação na economia nacional, como tem sido o tratamento das empresas deste porte em Imperatriz?
SABINO: A gente procura dar importância ao investimento maior, pelo maior volume de empregos que gera. Para nós é importante trazer este investidor de fora, para investir seu capital na nossa cidade. Os pequenos e médios empresários locais tem uma boa cobertura, que é a cobertura dada pelo sistema das micro e pequenas empresas. Elas têm tratamento tributário diferenciado, o que é muito importante porque normalmente o grande empreendedor nasce ai.

P: O desenvolvimento sustentável é tema central nos grandes países, ou seja, como crescer economicamente sem destruir o meio ambiente, preservando a natureza e melhorando a vida no planeta. O que o governo tem feito neste sentido, de se desenvolver economicamente, sem destruir e agredir a natureza?
SABINO: Isto está na pauta da empresa de qualquer porte, a sustentabilidade. A sustentabilidade está no pilhar mais importante, que é o pilhar de você entender que precisa usar racionalmente os recursos naturais. Não há como desenvolver o país, uma região, sem fazer uso dos recursos naturais. O que não tínhamos antes era a preocupação.
A prefeitura não pensa diferente dos outros, porque é um agente político e público e tem procurado fazer esta discussão com as empresas. Isso, porém é um processo cultural, ele é lento e constante, todavia, estamos evoluindo.
As discussões hoje estão nas escolas, quando se fala de lixo, do local apropriado para depositar o lixo, isso é contribuir de uma forma simples para a sustentabilidade. Isso é um processo e tem que nascer, no meu entendimento, na base. Deve nascer nas escolas, para que os filhos ensinem os pais, os avôs e a partir disso a gente com certeza vai ter amanhã uma cidade melhor.

P: Existe em Imperatriz alguma lei que regulamenta esse assunto, crescer de forma sustentável, ou seja, a empresa chega se instala, produz, lucra e em contra partida ajuda a proteger o meio ambiente?
SABINO: Nós cobramos isso das empresas, não formalmente, mas nas discussões isso é cobrado. Toda grande empresa entende que são importantes os investimentos sociais, porque nós temos muita carência e muitos problemas. Então, a Suzano vai ter os investimentos dela na área social, cada empresa escolhe onde quer investir.
A prioridade da Suzano, por exemplo, é a educação. Ela vai fazer alguma coisa na área educacional, deverá construir uma escola em tempo integral, em parceria com o município. Assim, se cada um, se cada empresa, se cada agente econômico fizer uma pequena parte, com certeza vamos conseguir melhorar esta relação, equilibrar mais esta relação. De certa forma tudo isso contribui para a sustentabilidade, se não do ponto de vista do planeta, mas de um ponto de vista social.

P: Diversas cidades lançam campanhas publicitárias com pontos turísticos, belas paisagens e locais para atrair turistas e visitantes. A gestão Madeira faz ou pretende desenvolver o turismo local a fim de atrair pessoas e investimentos de outros locais?
SABINO: O turismo que nós temos aqui é o turismo na área de negócios. Nossa cidade não tem muitos atrativos a oferecer, por ser uma cidade urbanamente desestruturada, onde tudo há o que se fazer, nós temos pouco a oferecer e do ponto de vista natural.
A única maravilha natural que poderia estar atraindo turistas é o rio Tocantins, que é onde a cidade deposita grande parte de todo o seu esgoto. Não há uma estrutura de saneamento adequada para o tratamento dos resíduos.
Agora na área de negócios nosso turismo é forte, haja vista, que nos temos três ou quatro hotéis sendo construídos porque os que temos atualmente não atendem a demanda. Estes estão permanentes lotados, a mais de dois anos. São as pessoas que vem de fora, para trabalhar em Imperatriz, para prospectar, tratar de negócios entre outras coisas relacionadas aos negócios. Neste turismo estamos bem, no outro, turismo de lazer não.

P: Quais as novas empresas que estão chegando a Imperatriz?
SABINO: Na área imobiliária temos vários. “A Dimensão”, que está construindo mais de 1.000 apartamentos para venda, a preços relativamente baixos. Outra grande empresa imobiliária é o consorcio da “Meta com a Franelli” que vão entregar mais de 1.000 apartamentos, próximo a Beira Rio.
Temos praticamente assegurado, apalavrado e em fase de andamento, a construção de uma fábrica da Coca-Cola, que ainda este ano iniciará suas atividades de terraplanagem. A fábrica da Coca-Cola é um investimento muito importante, porque a área industrial é a área em que nós somos mais carente, veja, vamos bem no comércio, bem na prestação de serviços, mas na área industrial não temos muito a oferecer.

P: Como Sabino Costa vê o futuro econômico de Imperatriz?
SABINO: Com muito otimismo. Eu acho que a gente vive um momento muito feliz, muito oportuno, a cidade está numa efervescência muito grande. Isso é percebido mais rapidamente quando conversamos com pessoas não vivem aqui, nós que estamos aqui cotidianamente não percebemos a diferença, como quem passa seis meses ou um ano sem vir aqui.

P: Fale um pouco de você, quem é Sabino costa?
SABINO: Eu sou piauiense, nasci em Floriano, Piauí. Estou em Imperatriz, desde 1993. Vim aqui com o desafio de dirigir uma loja de medicamentos, A Loja de Variedades, empresa do Grupo Jorge Batista. O que seria um trabalho transitório se transformou num trabalho permanente e continuo, até hoje estou nesta empresa.
Sou eminentemente da iniciativa privada e a minha inserção na administração do prefeito Madeira se deu pelo um convite do prefeito. Eu imagino que o prefeito quisesse, nesta pasta, alguém da área empresarial que tivesse a visão, para promover em Imperatriz a atração aos investimentos externos.
Acho que ele vislumbrava esta necessidade de atrair os investidores, então o principal trabalho que nós fazemos com muito prazer é este. Do ponto de vista pessoal, o que me fez aceitar foram dois fatores: primeiro, acho que nos devemos retribuir a oportunidade que a cidade nos deu, enquanto grupo econômico ajudando a cidade a crescer; segundo, a credibilidade do prefeito Madeira, e a honra que senti ao ser cogitado para exercer tal função com a gestão Madeira. Sabemos que nunca fazemos tudo, temos várias limitações, mas estou satisfeito com o desempenho da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. 

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