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sexta-feira, junho 17, 2011

SUA COMUNICAÇÃO É SUA IMAGEM

Marcos Fábio Belo Matos – jornalista e professor do curso de jornalismo da UFMA/Imperatriz

            Uma conhecida marca de refrigerante, algum tempo  atrás, para lançar o guaraná da sua linha de produtos e, ao mesmo tempo, minar o terreno do concorrente, já bastante conhecido, saiu com um comercial que tinha como mote a frase: “Imagem não é nada. Sede é tudo”. Lembram? Pois é, como artifício de publicidade, esse slogan até que poderia valer, mas na sociedade real (?) destes tempos de novo século, cada vez mais, a imagem é tudo – e o resto é o resto. 

A pós-modernidade nos legou uma Sociedade do Simulacro. E o resultado prático disso é que  do  “somos quem podemos ser” migramos para o “somos quem parecemos ser”.
            Sabendo disso, é que me ocupo de alertar aos desavisados. Cuidem da sua imagem total, construam para vocês uma aparência de positividade – claro que essa aparência deve fazer jus a sua essência, senão não se sustenta por muito tempo.

            Essa preocupação com a construção da imagem positiva deve expandir-se também para o campo da sua comunicação, uma área que, apesar de hipervalorizada hoje é, contraditoriamente à sua importância, muito pouco cuidada. São frequentes os casos de pessoas bem nascidas, bem sucedidas, bem vestidas, bem colocadas na pirâmide socioeconômica que não transportam essa imagem de sucesso para a qualidade da comunicação que efetivam.

            Muita gente vem percebendo essa necessidade e “correndo atrás do prejuízo”. Executivos fazem cursos de redação, políticos contratam mediatrainers, profissionais correm para as bancas de revista atrás dos livrinhos do Pasquale etc. Com a sociedade cada vez mais global, em que as comunicações face a face estão sendo substituídas pela comunicação a distância (mesmo que essa distância seja uma divisória de escritório), esse cuidado com a identidade comunicativa tende a ser cada vez mais sistemático.

            Já é fato que, em muitas empresas de recursos humanos, um dos principais instrumentos de avaliação da competência dos futuros empregados é a tal redação. É nessa hora que você precisa apresentar uma imagem positiva, pois de nada valerá o seu tailleur chique, seu terno bem alinhado, sua escova, seus dentes recém-branqueados se você não souber, na redação, expressar-se com clareza, elaborar um texto coerente, demonstrar que possui informações atualizadas sobre o mercosul, colocar bem as concordâncias, as regências, conjugar corretamente o verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo.

            Em tempos de internet, a preocupação com a qualidade do seu texto (sobretudo o que circula pelos e-mails) deve ser maior. Antes da internet, quando você escrevia uma carta comercial com uma vírgula mal empregada, o erro tinha uma possibilidade de incomodar somente ao destinatário dela. Agora é diferente: se você, por exemplo, me envia uma dessas  cartas e eu, por acaso, gosto do conteúdo e quero compartilhar com a minha lista de endereços, basta um clique para que cem, duzentas ou mais pessoas a recebam em questão de minutos... e aí lá vai aquela sua vírgula separando sujeito de predicado correr o mundo. Sabe lá Deus quem terá acesso ao seu texto. E já pensou se, para sua infelicidade, o seu chefe (que é craque em redação) fizer parte da minha lista? Nem adianta pôr a culpa no famoso “erro de digitação”.
                        

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